Graduandas em jornalismo apresentaram trabalho de conclusão
de curso abordando o brega. O documentário “Brega: um negócio de sucesso”
mostrou as mudanças socioeconômicas e culturais geradas pelo ritmo nas
periferias de Recife e Olinda. Para elaboração do trabalho, as alunas
entrevistaram artistas de peso do movimento e contaram com o apoio do SouBrega! na produção do vídeo.
Carla Alves foi uma das entrevistas no documentário. |
A ideia de falar sobre o brega num projeto experimental, de
imediato, não foi algo bem aceito. Mas, as concluintes do curso de jornalismo
da Faculdade Joaquim Nabuco (Recife), Rafaela Barros e Tereza Moura, apostaram
todas as fichas no ritmo pernambucano que tá dando o que falar no momento.
Durante aproximadamente um semestre, elas correram atrás de tudo que servisse
como fonte inspiradora e personagens para a criação do videodocumentário.
Entrevistaram sociólogo, blogueiro, produtor artístico, apresentador de programade TV, comerciantes
e, principalmente, personalidades como Mary Campbell e Kleber Love (Banda
Lapada), Carla Alves (Loira Marrenta) e Mariana Assis (Nova Reação).
No vídeo, Mary e Kleber, da banda Lapada, falam das conquistas materiais obtidas através do brega. |
Movidas pela curiosidade de conhecer mais sobre esse ritmo
popular, as jovens se curvaram sob o olhar econômico no mundo brega, destacando
como os artistas de subúrbios da Região Metropolitana do Recife se envolvem em
todos os processos criativos do movimento: a formação, criação, produção,
distribuição e acesso às maiores oportunidades de geração de trabalho e renda,
fazendo um elo entre a criatividade e a sociedade.
As estudantes invadiram bastidores de programas de televisão para entrevistar artistas para o documentário. |
Devido à falta de materiais bibliográficos, no começo as
estudantes sentiram bastante dificuldade em estudar sobre o tema. Tiveram,
então, que se debruçar em entrevistas, vídeos e depoimentos. Além disso, a
rejeição de algumas pessoas sobre a temática atrapalhou em alguns momentos. “Muita gente duvidou e não acreditou no
nosso projeto, mas depois se renderam ao ritmo contagiante que só o brega tem”,
afirmou Rafaela.
Rafaela e Tereza, autoras do projeto. |
E foi no dia 16 de junho que as formandas reuniram amigos e
familiares no auditório da faculdade para a apresentação final. Após as devidas
explanações e exibição do documentário, era a vez da avaliação da banca
examinadora, composta pelas professoras Ivanice Lima e Christianne Galdino,
além da convidada externa Eduarda Feitosa, assessora do governador do Estado. Passados
alguns minutos de suspense, o projeto que teve um saldo de muitas noites em
claro, entrevistas remarcadas e canceladas e idas a muitos shows de brega foi
compensado ao receber a nota 9, 5. “Nunca
pensamos em desistir e passamos a comer, beber e respirar o brega. Foram muitos
os atropelos e obstáculos e a luta foi grande para o 9,5 com gostinho de 10!!!”,
exaltou Tereza, então jornalista.
As graduandas com a banca examinadora e o coordenador do curso de jornalismo da FJN após apresentação do projeto. |
Mais uma vez o brega provou não ser simplesmente um ritmo
musical. O que antes era visto como cafona e deselegante, referido às mais
diversas expressões daquilo que é classificado como de mau gosto, exagero e
esquisito, caiu de vez no gosto das pessoas e hoje é mais do que um estilo de
vida, sem restrições.
ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO
E onde eu assisto o documentário? ??
ResponderExcluirPrezado Will, bom dia! Recebemos o vídeo editado hoje pela manhã. Adicionamos na matéria acima e postamos, também, na nossa fanpage fb/soubrega. Pode ir lá conferir! Obrigado pela atenção!
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