terça-feira, 1 de julho de 2014

BREGA: UM NEGÓCIO DE SUCESSO



Graduandas em jornalismo apresentaram trabalho de conclusão de curso abordando o brega. O documentário “Brega: um negócio de sucesso” mostrou as mudanças socioeconômicas e culturais geradas pelo ritmo nas periferias de Recife e Olinda. Para elaboração do trabalho, as alunas entrevistaram artistas de peso do movimento e contaram com o apoio do SouBrega! na produção do vídeo.



Carla Alves foi uma das entrevistas no documentário.
A ideia de falar sobre o brega num projeto experimental, de imediato, não foi algo bem aceito. Mas, as concluintes do curso de jornalismo da Faculdade Joaquim Nabuco (Recife), Rafaela Barros e Tereza Moura, apostaram todas as fichas no ritmo pernambucano que tá dando o que falar no momento. Durante aproximadamente um semestre, elas correram atrás de tudo que servisse como fonte inspiradora e personagens para a criação do videodocumentário. Entrevistaram sociólogo, blogueiro, produtor artístico, apresentador de programade TV, comerciantes e, principalmente, personalidades como Mary Campbell e Kleber Love (Banda Lapada), Carla Alves (Loira Marrenta) e Mariana Assis (Nova Reação).

No vídeo, Mary e Kleber, da banda Lapada, falam das conquistas materiais obtidas através do brega.

Movidas pela curiosidade de conhecer mais sobre esse ritmo popular, as jovens se curvaram sob o olhar econômico no mundo brega, destacando como os artistas de subúrbios da Região Metropolitana do Recife se envolvem em todos os processos criativos do movimento: a formação, criação, produção, distribuição e acesso às maiores oportunidades de geração de trabalho e renda, fazendo um elo entre a criatividade e a sociedade.

As estudantes invadiram bastidores de programas de televisão para entrevistar artistas para o documentário.

Devido à falta de materiais bibliográficos, no começo as estudantes sentiram bastante dificuldade em estudar sobre o tema. Tiveram, então, que se debruçar em entrevistas, vídeos e depoimentos. Além disso, a rejeição de algumas pessoas sobre a temática atrapalhou em alguns momentos. “Muita gente duvidou e não acreditou no nosso projeto, mas depois se renderam ao ritmo contagiante que só o brega tem”, afirmou Rafaela.

Rafaela e Tereza, autoras do projeto.
E foi no dia 16 de junho que as formandas reuniram amigos e familiares no auditório da faculdade para a apresentação final. Após as devidas explanações e exibição do documentário, era a vez da avaliação da banca examinadora, composta pelas professoras Ivanice Lima e Christianne Galdino, além da convidada externa Eduarda Feitosa, assessora do governador do Estado. Passados alguns minutos de suspense, o projeto que teve um saldo de muitas noites em claro, entrevistas remarcadas e canceladas e idas a muitos shows de brega foi compensado ao receber a nota 9, 5. “Nunca pensamos em desistir e passamos a comer, beber e respirar o brega. Foram muitos os atropelos e obstáculos e a luta foi grande para o 9,5 com gostinho de 10!!!”, exaltou Tereza, então jornalista.

As graduandas com a banca examinadora e o coordenador do curso de jornalismo da FJN após apresentação do projeto.

Mais uma vez o brega provou não ser simplesmente um ritmo musical. O que antes era visto como cafona e deselegante, referido às mais diversas expressões daquilo que é classificado como de mau gosto, exagero e esquisito, caiu de vez no gosto das pessoas e hoje é mais do que um estilo de vida, sem restrições.

ASSISTA AO DOCUMENTÁRIO



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2 comentários:

  1. Respostas
    1. Prezado Will, bom dia! Recebemos o vídeo editado hoje pela manhã. Adicionamos na matéria acima e postamos, também, na nossa fanpage fb/soubrega. Pode ir lá conferir! Obrigado pela atenção!

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