De infância humilde, ele teve que enfrentar algumas
dificuldades financeiras e de aceitação na família para se dedicar a sua grande
paixão: a dança. Hoje, Marquinhos Araújo se consagra como um dos melhores
profissionais da área. Com o seu vasto currículo, o coreógrafo e produtor se
destaca pelo alto nível de qualidade nos seus trabalhos, o que fez dele uma
referência para as bandas pernambucanas de brega.
Marquinhos Araújo e a dança: casamento perfeito.
Marquinhos começou a dançar aos 12 anos de idade em
quadrilhas, fanfarras e nos eventos das escolas. Muitas vezes era forçado pelas
professoras para garantir a nota da disciplina, pois o que ele gostava era de
atuar. Mesmo contra o seu gosto, já se destacava como dançarino. Aos 16, recebeu um convite para dançar na banda
marcial do seu colégio e participar de um concurso estadual, onde terminou
vencedor.
No corpo dos jurados estava Roberto Espíndola, renomado
coreógrafo e, na época, responsável pelos bailarinos de Daniela Mercury, que percebeu
o talento do jovem e o convidou para participar da seleção para compor o balé
da cantora baiana. Marquinhos não acreditou na proposta, mas encarou o desafio
e foi aprovado nos testes. Daí por diante, era dado um longo passo para uma
carreira promissora.
No ano seguinte se tornou bailarino profissional e entrou
para a sua primeira banda, a extinta K2C, formada pelos irmãos Kelvis e Kelps,
ex-vocalistas da Caviar com Rapadura. Em 2005, já como coreógrafo, gravou o
primeiro DVD da Banda Magníficos, de lá para cá, já foram 31 trabalhos coreografando
a frente de bandas como Saia Rodada, Swing do Pará, Santropê, Novinho da
Paraíba, Louro Santos, Musa do Calypso, entre outras.
Atualmente, se dedica, no mínimo 8 horas por dia, de segunda
a sexta, para preparar o segundo DVD da Banda Kitara, que será gravado dia 06
de abril, no Chevrolet Hall. O professor revelou que prepara uma super produção
e o resultado de todo o esforço junto com o corpo de balé será um espetáculo
totalmente diferenciado, jamais realizado por uma banda local. “Estamos
montando um DVD para o mundo, com muita base no jazz, mas sincronizando com o
dance, street dance, dança do ventre e contemporânea”, enfatiza.
Ensaio pesado com os seus alunos
O coreógrafo gosta de reviver seus primeiros passos na
dança, onde passou algumas dificuldades por não receber o apoio do pai, o que
fazia sair escondido para os ensaios quase todos os dias, ao contrário da mãe,
que sempre esteve ao seu lado e a quem ele também dedica o sucesso da sua
trajetória. Além disso, faltava-lhe dinheiro para custear suas despesas com os
treinos. “Muitas vezes eu tinha que vender umas pulseiras que usava para pagar
minhas passagens, se não teria que voltar a pé da academia tarde da noite”,
revela.
Mas a persistência foi do tamanho do seu sonho, o que faz
dele um profissional bastante procurado no meio artístico. Marquinhos também se
orgulha de ver seus alunos brilhando nos palcos, muitos deles estão dançando em
bandas espalhadas por todo o Brasil, em cruzeiros e até em companhias na
Europa. Além de coreografar e produzir, ele é professor de jazz na Academia
Atos, que fica localizada no bairro da Tamarineira, Recife. “Eu faço tudo isso
porque amo, não pelo dinheiro. Se hoje eu não puder mais dançar, não saberei
fazer outra coisa”, confessa o seu amor pela dança.
A palavra-chave do seu dia a dia é a exigência. Marquinhos
sempre procura inovar nos seus projetos e monta coreografias cada vez mais
complexas para surpreender o público. Com o brega, por exemplo, ele consegue mesclar
outros estilos musicais e a interação dos bailarinos com objetos e a plateia é
fundamental. “Eu consigo transformar o brega em chique, trazer sensualidade sem
vulgaridade”, relata o seu compromisso com o ritmo pernambucano.
Hoje, com 31 anos e 15 de carreira, Marquinhos Araújo não
pensa em parar. Sempre defendendo seus ideais, o coreógrafo, professor, bailarino,
produtor quer cada dia fazer melhor e busca em todo momento inspiração para
fazer da arte de dançar, um estilo de vida, motivo pelo qual muitos de seus
alunos chegam a brincar, chamando-lhe do “Chico Xavier da dança”.
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